quarta-feira, 10 de outubro de 2012

10/10 - Rapid City - South Dakota

Pronto, e finalmente Mount Rushmore, que junto com o Alaska ainda resistia como um um destino turístico a ser conquistado, mas até agora sempre distante e inalcançável demais para ser tentado. Dois sonhos que agora se tornam memórias, dois lugares a menos para poder visitar. Meu futuro acaba de se tornar um pouco mais despropositado, e o enorme resquício de vida que ainda me infesta, ainda mais parasita. Engraçado como parece haver mais abertura em me definir como o cara que ainda visitará Mt. Rushmore um dia do que como o que agora já o visitou. É o paradoxo dos projetos. Não contem pra ninguém, mas sonhos não são para serem vividos, e sim para, se formos espertos, fingirmos indefinidamente para nós mesmos que os viveremos um dia.
Em seguida, o monumento de Crazy Horse, que levou uns 60 anos para ter a face esculpida, e deve levar mais uns 300 para ser finalizado. É um projeto privado, iniciado por um dos escultores auxiliares em Mt. Rushmore, e atualmente tocado pela esposa velhinha e seus muitos filhos. No início, me horrorizei com como provavelmente mais umas 3 gerações da família se verão escravizadas pela necesssidade de levar adiante o legado, e algumas destas pessoas dedicarão a vida toda a esculpir um pedaço de braço ou três dedos de uma mão... Mas então me dei conta de como é exatamente este tipo de projeto, que garantidamente sobreviverá a seu perpretador, que o poupa do pânico de inventar novas mentiras após novas mentiras para dar algum propósito à sua existência. Bem melhor do que aqueles projetos que podem ser consumados, que nos parecem mais desejáveis, mas, na verdade, são tão danosamente enganadores.

Um comentário:

  1. contando Alaska e Mont Rushmore, faltam só 99 dos 101 lugares para não visitar antes de morrer

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