sábado, 6 de outubro de 2012

05/10 - Salt Lake City - Utah

Durante o dia mais visitas a coisas mórmons e ao capitólio. Trivial.
Mas, à noite, o evento responsável pela primeira alteração no esboço original da viagem, e que fez a ida a Boise acabar dançando: Show do Metric na cidade. Como bom senhor de meia idade, sou meio musicalmente órfão desde que os anos 80 acabaram, junto com as minhas espinhas. Ultimamente alguns grupos têm feito certo esforço para retomar um pouco da sonoridade tecnopop daquele tempo, então a apresentação merecia ser prestigiada. A banda de abertura, Half Moon Run, foi a boa surpresa da noite. Pirateiem o disco da internet, caros não-leitores, é bem legalzinho. Quanto ao Metric, que eu realmente conhecia muito superficialmente, ainda precisa comer muito feijão para chegar no chulé de um Human League, mas é o que tinha. A formação remeteu um pouco também ao Blondie, que tinha igualmente uma loirinha dando pulinhos sobre o palco, e me lembrou de que hoje a Debbie Harry, assim como eu, é quase uma senhorinha septuagenária, e suas homenageáveis fotos para a Playboy são coisa de um distante passado. Pelo menos um de meus receios não se confirmou; eu não era o tiozinho mais velho presente no recinto, cheio de gente também já entrada em anos, junto com a meninada, que saltitava pouco, e pedia desculpas se esbarrava na gente.
Na saída do show, o planetário ali perto apresentava um show de luzes e umas veadagens ao som de The Wall, do Pink Floyd. Cara, como o tempo passa e te estupra ao longo do trajeto... Agora, aquilo que era voga um pouquinho antes de minha adolescência já se tornou tão canônico e cristalizado que pode ser apresentado fora do contexto, reprocessado como trilha sonora de uma mídia completamente estanque, sem qualquer conexão com o filme baseado no disco ou com algum dos shows com que o Roger Waters tem passado os últimos 450 anos se repetindo aviltantemente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário