E então chego à cidade natal do Prince, em um ônibus absolutamente vazio, à exceção de nós. Finalmente um pouco de vingança contra a empresa de ônibus, que certamente perdeu uma grana nesta corrida interestadual particular.
E, subitamente, pela primeira vez na viagem....edifícios! A sensação é como entrar no ônibus em Teresina e, umas 4 horas depois, chegar em, se não São Paulo, ao menos assim em Curitiba. As distâncias pela cidade ainda são grandes pra quem está a pé, mas agora percorridas sobre coisa melhor do que terrenos vazios ou casinhas de subúrbio. O preço do hotel é condizentemente maior, mas na recepção tem café de graça com leitinho sabor amaretto e irish coffe para misturar. E, finalmente, trânsito na rua, e gente andando nas calçadas....
Depois, à noite, ainda rolou, e de graça, um musical barra-pesada sobre uma mulher bipolar que perde um filho, é submetida a ECT e coisa e tal, muito inteligentemente escrito e bem dignamente composto, Next to Normal. E ao final da apresentação, Aderbalzinho ainda ficou lá participando do debate com o produtor da peça e a platéia, com meu inglês cada vez mais residual e patético. Mas quem era o único psiquiatra no estabelecimento, né?
É esta talvez a única vantagem de se submeter ao tédio de existir: ocasionalmemte, e inopinadamente, o acaso joga uma pérola no seu colo... Continua não valendo a pena, se comparada com o plácido e sereno ocaso do Nada, mas, de qualquer modo, ganhei o dia.
E é indubitável, o musical é a evolução da ópera. Recentemente fui ver o Crepúsculo dos Deuses, Pelléas e Melisande, gastei uma puta grana, e não chegam no sovaco de um musicalzinho encenado humildemente, com uma bandinha de uns 5 instrumentistas, aqui longe no Minnesota.
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